– Ei, cara – ele me acordou,
enquanto me cutucava com a pata. Parecia já estar tentando chamar minha atenção
há um tempo. – Acorda aí, cara.
Abri os olhos lentamente.
Inicialmente, não me dei conta de nada diferente. Mas, aos poucos, comecei a
estranhar essa situação como um todo. Existia algo no mínimo peculiar
acontecendo.
– Isso aí, mermão. Agora
levanta, vamos lá, vamo batê perna – ele insistia, inquieto, visivelmente
alegre por ter despertado minha atenção. Sorria, com a língua para fora, e dava
pulinhos de animação. Abanava o rabinho.
Aí, me toquei.
Acreditei que ainda estava
sonhando, pois pasmei enquanto constatava vagarosamente que eu estava ouvindo
claramente meu cachorro falar comigo.