Sentei-me em frente à mesa
com o teclado pedindo para ser
teclado
o copo ao lado suando gota solitária
escorrendo em reverente delicadeza
que atrasava um pouco mais
a lentidão da descida
tela em branco e eu
querendo escrever alguma
coisa
Formar palavras
frases
nem que fossem
belas mentiras
doces ilusões
A gota, antes no copo
agora na testa enrugada
me denunciava a verdade
escancarada
aquela realidade de merda que
me assombrava enquanto minha
mente procurava a ignorância:
Não.
Eu não tinha nada a
dizer.
Que homem!
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