Nos dois dias em que passamos junto de outros amigos, ele havia se mostrado extremamente misterioso. Inquieto, é possível se afirmar, com o olhar distante e a voz rouca em alguns instantes. Tentando desvendar esse enigma, uma vez que se tratava de um amigo muito sadio (contesta-se isso em nossa roda de camaradagem em virtude de seu já conhecido problema de flatulências ante a caminhos diversos que se apresentem e por conta de seus desmaios frequentes), ativo, participativo, comunicativo e nada introspectivo – a não ser sob efeito de tóxicos, coisa que apreciava muito.
– Desembucha aí, bicho, qual foi – tentei pressioná-lo. – Por que cê tá tão esquisitão assim?
– Ah, nada não cara, esquece isso aí meu...
– Tem ninguém ouvindo, pode me contar. Confia.