Ai de quem se aproximasse
demais daquele banco branco dele quando ele estivesse lá deitado. Aqueles
grandes olhos azuis brilhariam de ameaça e disparariam contra o invasor ondas quentes
de advertência: nem mais um passo, humano
tolo.
Quando cheguei perto dele
naquela noite em que na poltrona branca ele deitava adormecido, pude notar sua
atenção despertada pela minha presença.
A orelha direita se ergueu num
movimento do mais puro reflexo e alerta, e tenho certeza que ele soube que não
estava sozinho e que seu trono de couro furado e arranhado estava sendo objeto
de cobiça.