E disse aquele poeta amargurado
Que de tanto já desiludido
Bradava com o peito inchado
O acaso por ele sabido
Dizia que o tempo há de chegar
Em que o homem não mais poderá
Tentar a todo momento controlar
O próprio tempo e assim perceberá
Que este mesmo tempo um dia acabará
E também afirmava o melancólico poeta
Que se cada um de sua vida não cuidar
O tempo fatalmente atinge sua meta
E a vida de cada um acaba por levar
Por fim pregava aos quatro ventos
Que a hora de fazer algo é a de agora
Pois o tempo toma seus provimentos
E toda uma vida se passa como uma hora
Não mais se voltando em tempos de outrora
Os que escutavam tomaram o poeta como louco
E não quiseram dar ouvidos ao seu discurso
Não entendiam que todo o tempo é muito pouco
Sendo a vida ainda mais curta neste percurso.
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